RUBIACEAE

Faramea brachyloba Müll.Arg.

Como citar:

Marta Moraes; Rodrigo Amaro. 2017. Faramea brachyloba (RUBIACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

159,595 Km2

AOO:

36,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do estado do Rio de Janeiro, com ocorrência em diferentes localidades dos municípios de Armação de Búzios (C.Farney 4389; 3634; P.R.do C. Farág 335) e Cabo Frio (A,Lobão 198; C.Farney 3594; D.Sucre 3800; J.G.Jardim 4230), apresentando também ocorrência nos municípios de São Pedro da Aldeia (J.G.Jardim 4231) e Iguaba Grande (H.C.de Lima 6343).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2017
Avaliador: Marta Moraes
Revisor: Rodrigo Amaro
Critério: B1ab(i,ii,iii,iv)+2ab(i,ii,iii,iv)
Categoria: EN
Justificativa:

Espécie arbustiva terrícola, endêmica do estado do Rio de Janeiro, com EOO=139 km², AOO=32 km² e cinco situações de ameaça. A perda e a deterioração do hábitat são uma ameaça à espécie, coletada na região litorânea, entre os municípios de Armação dos Búzios e Iguaba Grande, cujas áreas antrópicas já recobrem cerca de 60% da região, um importante centro de biodiversidade mundial (Bohrer et al., 2015). O principal motivo para a perda da vegetação foi o crescimento descontrolado de empreendimentos imobiliários e loteamentos que hoje dominam o cenário local (Leme, 2000). Suspeita-se de um declínio contínuo da EOO, AOO, qualidade de hábitat da espécie e de subpopulações.

Último avistamento: 2013
Quantidade de locations: 5
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em Flora 58: 470. 1875.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: bush
Luminosidade: esciophytic
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa Submontana
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Espécie caracterizada como arbustos terrestres (Jardim e Gomes, 2015) com ca de 2-3 m, tolerante à sombra (ciófila) (C.Farney 4389) ou aos ambientes parcialmente sombreados (semi-ciófila) (P.R.do C. Farág 335). Apresenta ocorrência em Mata Atlântica em Floresta Ombrófila (Jardim e Gomes, 2015), com registro em mata de encosta baixa (C.Farney 4389). Considerada tanto ocasional no sub-bosque (H.C.de Lima 2879) como frequente em área na Fazenda José Gonçalves (A.Lobão 198).

Reprodução:

Detalhes: De acordo com as datas dos registros de ocorrência, apresenta floração e frutificação em quase todos os meses do ano.
Fenologia: flowering (Jan~Nov), fruiting (May~Nov)

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1 Residential & commercial development locality,habitat,occupancy,occurrence past,present,future regional very high
O adensamento populacional na Região dos Lagos vem crescendo consideravelmente nas últimas décadas, em função, principalmente, de investimentos na infraestrutura de transporte, que facilitou o investimento imobiliário (Davidovich, 2001). Cabo Frio vem apresentando nas últimas quatro décadas um ritmo de crescimento bem acima da média estadual e mesmo nacional, em decorrência dos royalties da exploração de petróleo na plataforma continental, mas sobretudo por sua vocação para o turismo em sua orla marítima, que influenciou toda sua infra-estrutura urbana (Ribeiro e Oliveira, 2009). As áreas antrópicas recobrem cerca de 60% da área da região de Cabo Frio, e arredores, um importante centro de biodiversidade mundial (Bohrer et al., 2015). As áreas mais afetadas estão localizada nas sedes municipais, no entorno da Lagoa de Araruama, ao longo das rodovias RJ 106 e RJ 140 e nas áreas costeiras (Bohrer et al., 2015). A vegetação de restinga, outrora existente entre os municípios de Cabo Frio e Casimiro de Abreu, foram praticamente eliminadas nos últimos 20 anos. O principal motivo para essa perda foi a acentuada crescimento de empreendimentos imobiliários e loteamentos que hoje dominam o cenário local (Leme, 2000).
Referências:
  1. Bohrer, C.B. de A., Dantas, H.G.R., Cronemberger, F.M., Vicens, R.S., Andrade, S.F. de. 2015. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Mapeamento da vegetação e do uso do solo no Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio , Rio de Janeiro. Rodriguésia 60, 1–23.
  2. Davidovich, F. 2001. Metrópole e território : metropolização do espaço no Rio de Janeiro. Cad. Metrópole 6, 67–77.
  3. Leme, E.M.C. 2000. Niudularium - bromélias da Mata Atlântica, in: Niudularium - Bromélias Da Mata Atlântica. Sextante, Rio de Janeiro, RJ.
  4. Ribeiro, G., Oliveira, L.D. de. 2009. As Territorialidades da Metrópole no Século XXI: Tensões entre o Tradicional e o Moderno na Cidade de Cabo Frio-RJ. Geo UERJ 3, 108–127. Leme, E.M.C. 2000. Niudularium - bromélias da Mata Atlântica, in: Niudularium - Bromélias Da Mata Atlântica. Sextante, Rio de Janeiro, RJ.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.3 Tourism & recreation areas locality,habitat,occupancy,occurrence present,future local very high
Na praia de Tucuns, município de Armação dos Búzios, o resort SuperClubs Breezes Búzios, em faze de conclusão, representa uma perda de 7,88 ha de formações naturais de dunas (Pereira et al., 2011). Isso implica a perda de uma extensa área de vegetação de restinga.
Referências:
  1. Pereira, T.G., Oliveira Filho, S.R. de, Corrêa, W.B., Fernandez, G.B., 2011. Diversidade dunar entre Cabo Frio e o Cabo Búzios – RJ. Rev. Geogr. 27, 277–290.